sexta-feira, 29 de junho de 2012

   Quero agradecer a todos que leram e divulgaram meu blog nas redes sociais.
   Fiquei MUITO feliz que tenha conseguido comover tantas pessoas =) Isso faz com que eu acreditei que estou no caminho certo e que tenho muito apoio nessa nova caminhada! OBRIGADA do fundo do meu coração.

   Resolvi escrever hoje sobre como contar ao filho que ele não foi gerado pelos pais adotivos e sim, por outros pais que por algum motivo ou razão não tiveram como cuidar dele.
   Pesquisas, artigos, textos revelam que a melhor época para contar ao filho sobre a adoção é na infância, afinal, a criança ainda está moldando sua personalidade e consegue encarar certas verdades de uma forma tranquila. Acredito sim, que esta seja a melhor época para a "grande revelação", pois isso mostra como o diálogo e o vínculo afetivo entre pais-filho estão forte. Porém, isso fica a critério de cada um! Mais uma vez escrevo, não estou impondo nada aqui, só escrevo o que vivi e vivo até hoje, e como é a minha experiência de vida.
   É importante que a verdade sempre prevaleça e que ela seja dita pelos pais e não por terceiros. Pense em um exemplo prático:a traição conjugal. A pessoa traída se sente um lixo, se sente incapaz, inútil, mal amada, não é mesmo? E é mais ou menos isso que acontece quando o filho descobre por outros que não nasceu dos pais que tanto ama, que tanto confia. Para ele, isso passa a ser uma "traição", e nesse momento a confiança pode ficar abalada. Aquele vínculo quebrado. Só o tempo é capaz de amenizar, mas nunca ele conseguirá esquecer que foi "traído" pelas pessoas que mais ama nessa vida.
   Tem uma frase que é antiga, mas que vale muuuuuito a pena: "a verdade é sempre a melhor saída e a melhor escolha." Mentiras machucam, ferem e faz com que muitas relações sejam abaladas ou até mesmo quebradas. Mas lembrem-se, se vocês pais, por algum motivo não contou ao seu filho que ele é adotado, nunca é tarde para isso... O amor que um sente pelo outro é capaz de quebrar barreiras e mover o coração.



quarta-feira, 27 de junho de 2012

   Há algum tempo senti vontade de escrever sobre a adoção, mas não fui em frente. Agora, de um mês pra cá esse desejo aumentou e comecei a amadurecer a idéia, e eis-me aqui escrevendo.
   Imaginei o que escreveria no meu primeiro post... A idéia mais sensata que achei foi: escrever sobre a minha história de vida.
   Então vamos lá!

   Meu nome é Marcela, tenho 24 anos e sou formada em Psicologia pela Faculdade Pitágoras de Ipatinga/MG. Trabalho em uma escola de educação infantil e ensino funtamental e em uma clínica de psicologia.
   Sou bem resolvida em todos os aspectos da minha vida, principalmente quando se trata da minha adoção. Venho de uma família de classe média que nunca esconderam a minha verdadeira origem.
   A minha mãe biólogica chama Maria e possuí 6 filhas, sendo que as 2 do meio (eu e Marina) ela colocou para a adoção. E os meus pais Nogueira e Selina só tem uma filha, que sou eu :)
   Maria era casada e teve três filhas (só lembro do nome de uma, que é a Eliane). Seu ex-marido era caxeiro viajante e em uma dessas saídas pelo Brasil a fora nunca mais voltou. Tendo que sustentar as suas filhas, ela foi para Caratinga trabalhar como doméstica em casa de família. Esta família possuía uma loja que fica em baixo da casa, onde a minha tia Selma (irmã da minha mãe Selina) trabalhava como gerente.
   Neste meio tempo, meus pais já estava com 6 anos de casados e não conseguiram gerar uma criança. E lá em Caratinga, a Maria já estava a minha espera.
   Minha tia sabendo da situação dos meus pais e sabendo que a Maria estava grávida novamente e sem condições de poder cuidar da criança, falou com a minha mãe e ela disse que queria a criança.
   Todos os passos da gestação foram acompanhados de perto pela minha tia Selma, desde a primeira consulta até o momento do meu nascimento, que aconteceu no dia 27/01/1988.
   Foi um parto tranquilo e nasci bem grande (quase 4kg). Foi a alegria das famílias Sevidanes e Nogueira Barreto!
  E aí veio a grande questão para meus pais: como contar a Marcela que ela não nasceu de nós?
  Meus pais com uma sabedoria divina resolveram que o melhor momento seria quando eu estivesse com meus 3 anos de idade. E em um dia qualquer resolveram falar: "Minha filha, você não nasceu da barriga da mamãe, mais foi gerada durante muuuuuuuuito tempo nos nossos corações!" No início não entendi muito bem, mas com o passar do tempo a idéia foi tornando consciente.
  O que me deixava irritada era o fato das pessoas questionarem que a minha mãe não era a minha mãe. PERAÍ, como assim? Uma pessoa que passou noites em noites em claro quando eu estava passando mal, que chamava a minha atenção quando fazia alguma travessura, que ficou ao meu lado durante o momento mais sórrido da minha vida, que me dava amor, carinho, atenção e para algumas pessoas não era considera minha mãe. Porque pra mim mãe não é quem dá a luz, mas sim quem cuida. É muito fácil colocar uma criança no mundo, díficil mesmo é cuidar.
   Como já dizia Aristóteles "família é uma comunidade de todos os dias, com a incumbência de atender as necessidades primárias e permanentes do lar."
   Porque o filho tem que nascer dentro do coração dos pais, do peito, da alma. O filho adotivo que chega a família não tem código genético, o DNA físico, mas vai ter o DNA da nossa alma.

   Ahhhh... Só pra concluir, há 2 anos conheci a minha irmã Marina (que foi adotada por uma outra família) e hoje temos um vínculo MUITO GRANDE =) Foi uma sensação incrível conhecer minha irmã. E em dezembro passado, conheci a Maria (minha mãe biológica) e a minha outra irmã Eliane que estava grávida da minha sobrinha Emily.

Minha família: Eu, Pai, Marina e Mãe





Família da Marina: Eu, Marina, Maíra, D. Lúcia e Seu Américo